Todos os anos a economia mundial consume bilhões de toneladas de materiais e grande maioria dos produtos fabricados a partir dessa matéria-prima acaba sendo descartada, seja em aterros sanitários ou na natureza. Esse modelo de produção econômica linear é sabidamente insustentável e há pelo menos 30 anos debate-se a sua transformação para uma economia circular.
Como define a Fundação Ellen MacArthur, que tem feito uma reflexão extensa sobre o tema, a economia circular é baseada em três princípios: eliminar resíduos e poluição, circular produtos e materiais e regenerar a natureza. Sob essa perspectiva, “a economia circular é sustentada pela transição para energias e materiais renováveis e dissocia a atividade econômica do consumo de recursos finitos. Trata-se de um sistema resiliente e positivo para as empresas, para as pessoas e para o meio ambiente.”
O setor privado ocupa um protagonismo natural na sociedade para desenvolver a economia circular ao progressivamente adotar uma mentalidade orientada para a sustentabilidade. Além disso, percebe no dia a dia as mudanças na relação com consumidores e outros stakeholders.
De acordo com uma pesquisa realizada em 2019 pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), 76% das indústrias brasileiras já desenvolviam à época alguma iniciativa de economia circular, como a otimização de processos para reduzir desperdício de materiais; a reutilização de insumos provenientes de reparos, reciclagem ou renováveis; e extensão de vida dos produtos finais.
Não é segredo que as novas gerações possuem posturas mais assertivas em relação ao consumo, sendo a preocupação com a preservação ambiental uma das principais transformações ocorridas na relação com marcas e produtos. Empresas que não se preocupam com o meio ambiente são punidas pelas novas gerações de consumidores, que exigem dos fabricantes mais do que produtos bons e preços justos. Eles querem que as empresas sejam responsáveis e contribuam efetivamente para um novo futuro, evitando a degradação da natureza.
Uma pesquisa divulgada em 2022 pela Euromomitor apontando 10 principais tendências globais de consumo indicou entre elas o ativismo verde: 67% dos consumidores tentaram causar impacto positivo no meio ambiente por meio de suas ações cotidianas, entre elas observam como as marcas consumidas no dia a dia se posicionam e o que fazem em favor da sustentabilidade.
É uma poderosa tendência que ficará cada vez mais forte à medida que as empresas inovadoras e pioneiras avancem na transformação de suas cadeias produtivas em processos circulares. Saiba mais sobre o assunto nesse vídeo.
Por Carlos Fadigas - 22/06/2023