Hidrogênio verde: o combustível do futuro

Um dos caminhos para reduzir as emissões de carbono na atmosfera global é utilizar uma matriz energética limpa. O mundo tem se afastado da produção de energia fóssil, que vem tipicamente de carvão, derivados de petróleo e de gás natural, e tem buscado a produção de energia de fontes renováveis. Entre as alternativas disponíveis para facilitar essa transição energética está o hidrogênio verde.


Seu processo de produção é extremamente simples. Consiste em pegar uma molécula de água, que é composta por hidrogênio e oxigênio, aplicar energia para quebrar essa molécula e obter o gás hidrogênio, que é altamente energético. O gás é então comprimido para ser transportado e utilizado. Para sua aplicação, basta recombinar o hidrogênio com oxigênio liberando energia onde e quando for necessário. 


Uma outra forma de transporte mais fácil e natural para longas distâncias é por meio da produção de uma outra molécula chamada amônia. Posteriormente a amônia é reconvertida em hidrogênio para ser utilizada.



Matriz renovável


O hidrogênio verde é uma forma de concentrar e levar energia para ser consumida em outro local, para mover um carro, por exemplo. O seu processo produtivo é eletrointensivo: 70% do custo de produção vem do preço da energia e o hidrogênio só é considerado verde se a energia aplicada no processo for de matriz renovável. Neste sentido, o Brasil oferece vários diferenciais positivos para a produção de hidrogênio verde, porque desenvolveu uma matriz energética mais limpa.


O Brasil é o segundo maior produtor do mundo de energia hidrelétrica, fica atrás apenas da China. É um país com uma posição privilegiada do ponto de vista de sol abundante, o que lhe favorece a produção de energia solar. Além disso, sua topografia, com boa afluência de ventos, possibilita a geração de energia eólica.


De acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), 85% da matriz energética do Brasil é considerada renovável. Só nos quatro primeiros meses de 2023, houve uma expansão na capacidade instalada de 3,3 GW considerando apenas as fontes renováveis. Deste total, 49% vieram de usinas eólicas, 37% de solares fotovoltaicas e também de pequenas hidrelétricas. Deve-se considerar ainda o fato de o país ser muito eficiente na produção da biomassa.


Esta capacidade do Brasil de produzir energia renovável de maneira abundante, com baixo custo, é um fator fundamental para produzir hidrogênio verde de forma competitiva.


Alguns estudos, como uma pesquisa da McKinsey & Company, apontam que em cerca de 15 anos, por volta de 2040, a produção e a comercialização de hidrogênio verde no Brasil poderão gerar um faturamento de 20 bilhões de dólares, o que representa 100 bilhões de reais em oportunidades. Esta é uma belíssima perspectiva de negócios para o mercado brasileiro. Saiba mais sobre o assunto nesse vídeo.

 


 

Por Carlos Fadigas - 06/07/2023