Brasil entra para o ranking dos 10 países com maior capacidade em geração de energia solar

A matriz elétrica brasileira é bastante diversificada e, ao mesmo tempo, uma das mais limpas do mundo. Além das hidrelétricas, o País se destaca na geração de energia eólica e solar. Esta última fonte, inclusive, tem crescido consideravelmente nos últimos anos e, em 2022, o Brasil entrou pela primeira vez no ranking dos 10 países com maior capacidade de geração de energia solar fotovoltaica. 


Essa fonte se tornou um case de sucesso nacionalmente, puxada especialmente pela geração distribuída, também conhecida como GD, que é a geração própria de energia por meio da fonte solar. Essa modalidade inclui as residências e pequenos comércios que instalam as placas solares para gerar sua própria energia.

 

O CEO e fundador da CF Partners, Carlos Fadigas, responde neste espaço a algumas perguntas sobre o crescimento da energia solar no Brasil e as perspectivas para essa fonte nos próximos anos.  


Qual a capacidade do Brasil para gerar energia a partir do sol atualmente? 


Carlos Fadigas – O Brasil, em 2022, entrou pela primeira vez no ranking dos 10 países com maior potência instalada em energia solar no mundo, ocupando a oitava posição, com 24 gigawatts (GW) de potência em energia solar fotovoltaica, e vem crescendo cerca de 1 GW por mês. Hoje, a energia solar fotovoltaica já representa cerca de 12% de toda a energia que o Brasil produz. 


Quais países lideram esse ranking? 


Carlos Fadigas – Esse é um ranking liderado naturalmente por grandes economias como China, Estados Unidos, Japão e Alemanha. Mas a velocidade com a qual o Brasil instalou capacidade de geração solar fotovoltaica é impressionante. Quando o próximo ranking for publicado, é possível que o Brasil tenha subido algumas posições e esteja acima da oitava colocação ocupada atualmente. 


E qual o papel da geração própria de energia para a evolução da matriz solar no Brasil?  


Carlos Fadigas – A chamada geração distribuída liderou o crescimento da fonte solar no Brasil nos últimos anos. Dos 24 GW de potência que nós tínhamos ao final de 2022, 17 são referentes à GD. Os outros 7 GW estão nas grandes fazendas de produção de energia solar, que possuem uma escala um pouco maior. 


Esse resultado é fruto de um incentivo correto aplicado pelo governo. Houve um incentivo pela eliminação do custo de distribuição para quem produzisse a própria energia, isso possibilitou um efeito de escala com uma grande velocidade de crescimento.  


Então podemos afirmar que o consumidor tem uma grande responsabilidade pela evolução da fonte solar no País?   


Carlos Fadigas – Sem dúvida. O consumidor brasileiro tem um papel muito importante nesse cenário, tendo em vista o incentivo correto do governo com relação à redução das tarifas, que contribuiu para que a população pudesse investir na geração própria de energia solar.  


Esse pode ser considerado um grande caso de sucesso. Vale ressaltar, ainda, a economia a longo prazo para o consumidor e a contribuição para a sustentabilidade do Brasil, pois trata-se de uma energia limpa e renovável.