Energia eólica se torna a segunda maior fonte de energia do Brasil
O Brasil é mundialmente conhecido por sua matriz elétrica diversificada e majoritariamente renovável. De acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), cerca de 85% da energia elétrica gerada no Brasil tem como origem fontes limpas e renováveis, com destaque para hidrelétrica, eólica, solar e biomassa.
Entre as diferentes fontes de energia, há uma que vem se destacando e conquistando cada vez mais espaço: a fonte eólica. Nos últimos 10 anos, por exemplo, a capacidade de geração de energia a partir do vento no Brasil cresceu acima de 500%, com possibilidade de evoluir ainda mais nos próximos anos.
Para conhecer mais detalhes sobre o potencial brasileiro para geração de energia eólica, Carlos Fadigas, CEO e fundador da CF Partners, explica neste espaço como o Brasil alcançou essa marca, quais fatores contribuíram para essa expansão e o que esperar para os próximos anos.
Qual o tamanho da energia eólica atualmente na matriz elétrica brasileira?
Carlos Fadigas: A energia eólica vem conquistando um espaço de grande relevância na matriz elétrica nacional. A energia gerada a partir dos ventos é a segunda maior fonte renovável do Brasil, respondendo por quase 15% da matriz. Isso equivalia a quase 26 GW de capacidade instalada no início de 2023.
Falando em números, qual o potencial do Brasil com relação à energia eólica? Por quê?
Carlos Fadigas: O Brasil tem um potencial muito grande, ao mesmo tempo em que tem implantado novos parques eólicos com uma velocidade relevante.
Um fator importante é a disponibilidade de locais com vento em abundância. Por conta disso, o Brasil teria capacidade de gerar até 700 GW de energia, considerando-se somente a energia eólica. Isso equivale a cerca de 3,5 vezes a capacidade instalada do País, que contempla todas as fontes de energia. Então, naturalmente, esse é um indicativo do potencial de energia eólica onshore no Brasil.
Com relação às hidrelétricas, essas usinas ainda são as principais fontes de energia do País?
Carlos Fadigas: Sim. Naturalmente, a maior fonte de energia no Brasil ainda são as hidrelétricas, que respondem por mais de 50% da energia gerada no País. Mas é importante perceber que essas usinas vêm sendo implantadas ao longo de mais de 70 anos, desde a década de 50 do século passado, enquanto a eólica, que é a segunda fonte de energia, chegou nessa capacidade instalada, em essência, nos últimos 10 anos.