Dólar mais alto traz riscos e oportunidades para empresas brasileiras
A volatilidade do dólar norte-americano em relação ao real observada nas últimas semanas exige das empresas brasileiras uma grande atenção e planejamento.
A variação cambial impacta diretamente os fluxos de importação e exportação no Brasil. Mesmo que uma empresa não importe suas matérias-primas e outros insumos, muitos deles são precificados de acordo com cotações internacionais, em dólar. Por outro lado, as empresas exportadoras ficam mais competitivas com o dólar valorizado, pois alguns de seus custos, como mão de obra e aluguéis, são determinados em reais.
Carlos Fadigas, CEO e fundador da CF Partners, explica neste espaço como o câmbio afeta as empresas brasileiras e seu impacto na competitividade das companhias.
Como o câmbio afeta as empresas brasileiras?
Carlos Fadigas: O câmbio afeta as empresas de diversas formas, como na negociação das matérias-primas, por exemplo. Por mais que uma empresa não importe suas matérias-primas e seus insumos, existe uma série de produtos no Brasil cuja precificação segue uma lógica internacional.
Naturalmente, essa é a verdade para o preço de venda. Ainda que a empresa não esteja exportando, o preço do que ela vende no Brasil pode estar atrelado a preços internacionais. O melhor exemplo disso são as commodities, que tipicamente têm preços ditados pelo mercado global.
Qual a relação do câmbio com a competitividade das companhias?
Carlos Fadigas: Um câmbio mais alto proporciona mais competitividade às empresas brasileiras, sem dúvidas.
Isso acontece porque alguns custos que as empresas brasileiras têm são claramente denominados em reais, como é o caso dos salários ou de aluguéis. Com câmbio mais alto, esses custos perdem relevância e ficam menores quando expressos em dólar. É por isso que as empresas brasileiras ganham competitividade em um cenário internacional quando o câmbio está mais alto.