Conheça três passos para começar a descarbonizar sua empresa

O A descarbonização é um termo que tem ganhado cada vez mais destaque nas estratégias empresariais. Esse processo, que consiste em adotar iniciativas para reduzir a emissão de dióxido de carbono (CO₂) na atmosfera, é fundamental para combater as mudanças climáticas. Entre as principais ações de descarbonização que podem ser adotadas por empresas estão, por exemplo, a atualização para um maquinário mais eficiente e a contratação de energia renovável.


Neste cenário, as empresas que se comprometem com a descarbonização não só protegem o meio ambiente, mas também se preparam para um futuro mais sustentável e competitivo.

Carlos Fadigas, CEO e fundador da CF Partners, aborda neste espaço os três principais passos para que as empresas iniciam seu processo de descarbonização, desde a medição de CO₂ emitido até a atuação junto à sua cadeia de valor.


Qual o primeiro passo que uma empresa deve adotar para neutralizar ou diminuir sua emissão de carbono?


Carlos Fadigas: Para uma empresa começar a endereçar a questão de emissão de carbono, um passo muito importante é medir o seu impacto, ou seja, quanto emite de carbono. E, para isso, existe uma metodologia estabelecida.


No primeiro momento, seguindo essa metodologia, a empresa precisa identificar as emissões de CO₂ associadas à sua atividade. Se for uma empresa industrial, por exemplo, é o seu maquinário ou mesmo o deslocamento das pessoas.


E qual seria o próximo passo?


Carlos Fadigas: O segundo passo é ampliar esse estudo. Nesse momento, entra, por exemplo, a medição quanto ao consumo de insumos energéticos dessa empresa. Ou seja, a partir do consumo de energia elétrica dessa empresa, qual é a emissão de CO₂ associada a esse processo? Esse detalhamento é essencial para poder seguir com o próximo passo para descarbonizar uma corporação.


No que consiste o terceiro passo?


Carlos Fadigas: Nesse momento, a empresa, de fato, amplia sua visão sobre esse tema. A partir de agora, a companhia passa a olhar para toda a sua cadeia de valor.


A empresa precisa monitorar e entender como atuam os seus fornecedores, por exemplo, além de entender as emissões dos seus clientes. Esse ponto é fundamental, pois é preciso entender como o seu produto é usado, em que contexto ele é utilizado e a emissão de CO₂ associada ao uso do seu produto.


A partir de que momento a empresa deve, de fato, passar a adotar ações após a etapa de mapeamento?


Carlos Fadigas: Depois de feitas essas medições, começa a fase das ações. Uma das iniciativas é dar transparência, deixar claro o seu nível de emissão de CO₂. Esse é um importante ponto de partida.


Além disso, é preciso adotar ações de curto prazo e que são relativamente mais fáceis, como mudanças de procedimentos, simplificação ou ajustes em alguns processos. Posteriormente, são adotadas ações de médio e de longo prazo, que implicam, por exemplo, em investimentos com a finalidade de diminuir a emissão de CO₂, como a atualização de maquinário, contratação de energia renovável, inclusão desse tema na cultura da empresa de forma a estimular a colaboração de todos. No limite, a empresa pode buscar parcerias para ajudar na geração de energia renovável.