Os biocombustíveis são combustíveis produzidos a partir de fontes renováveis, como o etanol e o biodiesel. O Brasil possui uma indústria relevante neste segmento e nos últimos anos alcançou posição de destaque globalmente. O País é o segundo maior produtor de biocombustíveis do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.
O Brasil vem atuando há décadas para fomentar a produção de biocombustíveis. A população, há muitos anos, acostumou-se com a possibilidade de abastecer seus veículos com etanol e, desta forma, contribuir com a transição energética a partir das escolhas feitas no dia a dia.
Carlos Fadigas, CEO e fundador da CF Partners, explica neste espaço quais caminhos levaram o Brasil a alcançar posição de destaque e qual a diferença entre os combustíveis disponíveis atualmente para os consumidores.
O que levou o Brasil a se tornar o segundo maior produtor de biocombustíveis do mundo?
Carlos Fadigas – É importante explicar os caminhos percorridos pelo etanol e pelo biodiesel para entender como chegamos até aqui.
No caso do etanol, o Brasil tem uma longa tradição com esse insumo. Vem desde a década de 70, com o programa Proálcool, que incentivou a produção de etanol combustível derivado da cana-de-açúcar. Depois disso, a indústria automobilística desenvolveu o motor flex, que pode ser usar gasolina, etanol ou a mistura dos dois.
O biodiesel é um biocombustível mais recente e o consumo nacional vem crescendo aos poucos. Atualmente, por determinação do governo federal, a mistura de biodiesel no diesel fóssil é de 12%, mas esse número irá crescer até 2026, quando vai atingir 15%. Isso significa que, do diesel consumido nos postos de gasolina hoje, 12% dessa mistura é de biodiesel, de fonte renovável.
E qual o papel do consumidor para contribuir com a evolução dos biocombustíveis?
Carlos Fadigas – O consumidor deve entender que, quando ele chega ao posto de combustível para abastecer seu veículo, há duas opções que são muito distintas: a gasolina e o etanol. Vale lembrar que o etanol é um combustível sustentável e que, desta forma, colabora para a redução das emissões de CO2, gás que contribui para o aquecimento global. Ou seja, no seu dia a dia, o consumidor pode fazer escolhas favoráveis à transição energética.
Além da questão da sustentabilidade, quais fatores o consumidor deve levar em conta para escolher entre gasolina e etanol?
Carlos Fadigas – É importante destacar que essa decisão entre etanol ou gasolina não implica em custos adicionais para o consumidor. O etanol pode até render um pouco menos do que a gasolina, mas o preço desse combustível é comparativamente menor. Ou seja, a relação custo-benefício é a mesma, com a vantagem da sustentabilidade oferecida pela utilização do etanol.